Por Lidiane Garbim, quiropraxista pediátrica
O torcicolo congênito é uma condição relativamente comum em recém-nascidos e pode ser identificado logo ao nascimento ou surgir nas primeiras semanas de vida. Caracteriza-se pela inclinação lateral da cabeça devido à contração do músculo esternocleidomastóideo (ECM), resultando em dificuldades posturais e desconforto para o bebê.
Causas e Fatores de Risco
Estima-se que aproximadamente 40% dos casos de torcicolo congênito estejam associados a partos difíceis, principalmente aqueles que envolvem instrumentos como fórceps ou vácuo extrator. Além disso, a posição do bebê dentro do útero pode exercer pressão excessiva sobre a musculatura cervical, favorecendo o desenvolvimento dessa condição.
A causa mais comum do torcicolo congênito está relacionada a espasmos musculares no ECM e nos músculos adjacentes. Em muitos casos, também está associado à presença de um hematoma e contraturas fibróticas unilaterais no ECM, possivelmente decorrentes de trauma por estiramento durante o parto.
Sinais e Sintomas
- Cabeça inclinada para um lado com o queixo apontando para o lado oposto.
- Limitação da mobilidade do pescoço.
- Assimetria na forma do crânio devido ao posicionamento constante da cabeça.
- Irritabilidade do bebê devido ao desconforto.
- Presença de uma massa palpável de 1 a 3 cm de diâmetro no ECM afetado, se houver contratura fibrótica ou hematoma.
Os sinais podem ser visíveis já ao nascimento ou tornar-se evidentes entre 2 a 4 semanas de vida, à medida que a criança começa a movimentar mais a cabeça.
Tratamento e Intervenção
O diagnóstico precoce é fundamental para garantir um tratamento eficaz. Recém-nascidos que apresentam torcicolo associado a uma massa no ECM contraído devem passar por uma avaliação minuciosa para determinar a melhor abordagem terapêutica.
Opções de Tratamento:
- Ajustes quiropráticos: Podem ajudar a restaurar o alinhamento da coluna cervical e melhorar a mobilidade do pescoço.
- Alongamento passivo do ECM: Exercícios e manobras suaves podem ajudar a reduzir a tensão e melhorar a flexibilidade muscular.
- Posicionamento adequado: Orientações sobre como posicionar o bebê ao dormir e durante o tempo de barriga para baixo (tummy time) são essenciais para evitar agravamento da condição.
- Terapias complementares: Fisioterapia e osteopatia também podem ser indicadas para auxiliar na recuperação.
Prognóstico
Quando diagnosticado e tratado precocemente, o torcicolo congênito apresenta uma excelente taxa de recuperação. O protocolo de tratamento, incluindo ajustes quiropráticos e alongamento passivo, tem alta taxa de sucesso antes de 1 ano de idade. Sem intervenção, a condição pode levar a assimetrias posturais e dificuldades motoras no futuro.
Conclusão
O torcicolo congênito, apesar de ser uma condição comum, deve ser tratado com atenção para evitar complicações a longo prazo. O acompanhamento profissional, incluindo avaliação quiroprática e fisioterapia, pode garantir que o bebê recupere sua mobilidade e cresça sem restrições posturais. O diagnóstico precoce e um plano de tratamento adequado são essenciais para uma recuperação rápida e eficaz.